sexta-feira, 15 de agosto de 2008

EXISTÊCIA DE DEUS

Tão certo como eu ser António, Deus existe.
E não é só pela fé, que o posso afirmar;
Claramente vejo p'la razão que Ele me assiste.
E nas coisas criadas O posso encontrar.

Que criatura inteligente O pode negar,
Se vê a beleza de tudo que o rodeia?
Se olha as estrelas deste Planeta a girar,
Um ponto do Universo, "ínfimo grão de areia"!

Que bases pode ter a ideologia ateia,
Para negar a existência do Criador?
Pois pela razão não encontrará maneira,
De apagar esta verdade, fonte de amor.

Pelo facto de o Sol não mostrar o esplendor,
Não deixa de existir pró cego que o não vê;
De igual modo Deus não deixa de ser Senhor
Só porque alguém, insensato nele não crê.

Quem procura com recta intenção, não descrê.
Eu não procuro, porque em tudo O posso ver!
Nada tenho do que tenho sem qu'Ele mo dê,
Tenho o dever de O amar e Lh' agradecer.

Vejo Deus na flor e na criança a nascer,
Vejo Deus no irmão que tenha muito ou pouco;
Vejo Deus no irmão dotado no saber,
Vejo Deus no irmão pobre, doente e louco.

Quisera mostrá-Lo ao meu irmão "cego e mouco",
Quisera amar mais e fazê-Lo mais amado!
Eu quisera proclamá-Lo até ficar rouco,
Este Deus de amor, que é por tantos ignorado!...

Que existe no mundo qu'Ele não tenha criado?
Quem fez o ar, a luz e muda o clima?
Pode o Planeta p'lo homem ser transformado,
Mas criar só Deus, que dá a matéria prima.

'Stá Deus em tudo o que faço, até nesta rima;
Não poderei esconder-me sem qu'Ele me veja.
Mesmo que a razão não mostrasse Sua estima,
Foi-me esta verdade ensinada pela Igreja.

Quem O procura, encontrará o que deseja.
De certo todos procuramos a verdade;
Para crer neste Deus, razão até sobeja
E não é só crer, mas fazer sua vontade.